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Saiba o que é hipomagnesemia, distúrbio que pode causar letargia, cãibras e fraqueza

Especialista afirma que o magnésio desempenha um papel vital na saúde do corpo e sua falta gera preocupações

Embora os avanços científicos tenham melhorado a compreensão sobre alguns compostos como sódio e potássio e como agem no organismo, o magnésio ainda é visto como um “eletrólito esquecido” na medicina. Reconhecido como o “bloqueador de cálcio da natureza”, o magnésio desempenha um papel vital na saúde, mas sua importância clínica só recentemente começou a receber a atenção necessária. Quem explica melhor é o médico nutrólogo e intensivista José Israel Sanchez Robles.

“O magnésio desempenha um papel vital no funcionamento celular, participando da produção de ATP, principal fonte de energia celular, e sendo essencial para mais de 300 reações enzimáticas. Ele regula processos fundamentais, como o metabolismo de glicose e lipídios, controle neuromuscular e manutenção do ritmo cardíaco. Tanto a deficiência quanto o excesso desse mineral podem causar distúrbios metabólicos importantes, reforçando a necessidade de manter níveis adequados para a saúde geral.”, esclarece o especialista.

Já a hipomagnesemia, que é a deficiência de magnésio, afeta entre 3% e 10% da população geral, mas sua prevalência é muito maior em pacientes com diabetes tipo 2 e em unidades de terapia intensiva, podendo atingir até 65% dos pacientes críticos. “Os sintomas da hipomagnesemia incluem letargia, cãibras musculares e fraqueza, frequentemente levando a um diagnóstico tardio devido à sua natureza inespecífica”, pontua José Israel.

“A hipomagnesemia é uma condição que pode resultar de uma variedade de fatores, incluindo ingestão insuficiente de magnésio, aumento da perda gastrointestinal (como em casos de diarreia ou má absorção), distúrbios na reabsorção renal e redistribuição do magnésio entre os compartimentos corporais. Em muitos pacientes, a hipomagnesemia está associada a outras anormalidades eletrolíticas, como hipocalcemia e hipocalemia, o que pode complicar tanto o diagnóstico quanto o manejo clínico. Essas comorbidades exigem uma abordagem multidisciplinar e cuidadosa, uma vez que a correção de um desequilíbrio eletrolítico pode depender do tratamento simultâneo de outros distúrbios eletrolíticos.”, completou o médico.

José Israel reforçou, ainda, que os avanços mais recentes na ciência identificaram canais e transportadores específicos do magnésio, que são essenciais para a regulação da homeostase do magnésio. “Mutações nestes canais estão associadas a formas hereditárias de hipomagnesemia, e mostram a importância desses transportadores para a saúde.”

Vale lembrar que, apesar das descobertas, o magnésio frequentemente não é medido rotineiramente em exames clínicos, o que pode levar a subestimação da deficiência. Já o tratamento da hipomagnesemia, segundo o nutrólogo, geralmente envolve a reposição de magnésio, com preferência por sais orgânicos como citrato e glicinato devido à sua melhor absorção. 

“Em casos graves, pode ser necessária a administração intravenosa de magnésio. A correção da hipomagnesemia também pode potencializar a resposta ao tratamento de outras condições, como a hipocalemia refratária, já que a deficiência de magnésio interfere no equilíbrio eletrolítico geral. Conforme explica José Israel, “ainda há muito a ser compreendido sobre as funções do magnésio e as implicações clínicas de seus distúrbios”, reforçando a importância do estudo contínuo sobre o manejo adequado dessa condição.”.

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