Saúde

Ansiedade, o mal do século

No primeiro ano da pandemia, a prevalência global de ansiedade e depressão aumentou em 25%, de acordo com um resumo científico divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Mas de fato, como a ansiedade é caracterizada? O termo tem várias definições nos dicionários não técnicos: aflição, angústia, perturbação do espírito causada pela incerteza, relação com qualquer contexto de perigo, entre outros fatores primários. Uma condição que influencia a qualidade de vida, ou seja, está diretamente ligada ao bem-estar físico e mental.

 

Apesar da ansiedade não ser doença, se ela não for tratada pode desencadear os transtornos de ansiedade que aí sim são doenças relacionadas ao funcionamento do corpo e às experiências de vida. Pode-se sentir ansiosa a maior parte do tempo sem nenhuma razão aparente; pode-se ter ansiedade às vezes, mas tão intensamente que a pessoa se sentirá imobilizada. A sensação de ansiedade pode ser tão desconfortável que, para evitá-la, as pessoas deixam de fazer coisas simples, como usar o elevador, por causa do desconforto que sentem. E para trabalhar de forma saudável a questão, existem métodos específicos.

 

A psicoterapeuta Jordana Ribeiro, analisa a situação de forma cautelosa. Ela diz que quando a ansiedade chega ao ponto de paralisar e prejudicar o bem-estar, é sinal de que algo deve ser feito. “O transtorno de ansiedade pode ser caracterizado de várias formas, como o transtorno de estresse pós traumático, transtorno de ansiedade generalizada, transtorno obsessivo compulsivo, síndrome do pânico, entre outras. Se não tratadas de forma correta, limita cada vez mais o paciente”, esclarece.

 

Lidar com a ansiedade de forma assertiva pode parecer impossível, mas a profissional garante que não é. E o começo do processo é entender que a ansiedade não é sua inimiga, é necessário que seja naturalizado esse tema. “Quando você entende qual o papel que a condição ocupa na sua vida e aprende a controlá-la, nesse momento você inicia a caminhada para a leveza na vida”, indica Jordana. Ela continua dizendo que falar sobre também é um passo que é preciso dar para alcançar resultados positivos no controle da ansiedade.

 

A partir destas indicações, você percebe o padrão de situações que geram a ansiedade em sua vida e assim, combatê-las. De acordo com a profissional, a psicoterapia exerce um papel importante nesse processo de equilíbrio. “Na psicoterapia a pessoa toma consciência dos seus sentimentos, da sua conexão com o seu corpo e aprende a ter uma auto percepção aguçada para o controle”, explica. Isso gera o aprendizado de técnicas que auxiliam o controle da ansiedade, como a respiração, hábitos saudáveis, meditação, palavras de afirmações e muito mais.

 

O processo terapêutico favorece e potencializa essa sintonia consigo mesmo e Jordana Ribeiro enfatiza que faz parte do tratamento entender também que há lugar para uma ansiedade motivadora. Deve-se entender a ansiedade como um fenômeno que em equilíbrio nos beneficia, ela estimula o indivíduo a entrar em ação. “Ao contrário do que muitos pensam, a ansiedade não é doença ou um bicho de sete cabeças, um monstro ou a inimiga”, diz. Por meio dessa preocupação com o que possa vir, é que a humanidade evoluiu ao longo dos anos.

 

“A ansiedade é necessária para o nosso movimento de vida. É ela que faz com que nos dedicamos a algo para fazer bem feito, como estudar para uma apresentação no trabalho, por exemplo”, conta a psicoterapeuta. Ela ainda diz que o problema da sociedade moderna é a falta de inteligência emocional para lidar com as situações que exigem uma postura que não seja fugir. Quando há uma situação de estresse, o corpo entende como um risco, gera ansiedade e libera hormônios para que a pessoa lute ou fuja da situação. Porém, a maioria das situações não exigem luta e fuga e sim inteligência emocional para agir e não precisar desse estresse todo no organismo, diminuindo a ansiedade.

 

O diagnóstico precoce de crises e transtorno de ansiedade é importante para um tratamento eficaz e o acompanhamento é imprescindível para obter-se melhores resultados e menores prejuízos. “Espero que as pessoas tomem consciência do seu próprio eu, para que reconheçam quando a ajuda é necessária. Cuidem do corpo e da mente de vocês!”, finaliza.

 

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