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Alta taxa de irregularidades em suplementos alerta sobre riscos à saúde; entenda

Médico reforça necessidade de orientação e alerta para perigos do consumo sem supervisão profissional

O mercado de suplementos alimentares no Brasil vive uma expansão acelerada, mas acompanhada de um cenário preocupante: de acordo com dados recentes da Anvisa, dois em cada três produtos avaliados apresentam algum tipo de irregularidade, desde falhas em ingredientes e dosagens até a ausência de testes obrigatórios de pureza e estabilidade. A taxa de reprovação, que chegou a 65% até julho de 2025, expõe um ambiente de fragilidade regulatória justamente em um setor impulsionado por promessas de emagrecimento, performance e bem-estar.

Para o médico nutrólogo e intensivista Dr. José Israel Sanchez Robles, o número revela um risco crescente ao consumidor. “Diante dos altos índices de irregularidades, evidencia-se que uma parcela significativa dos suplementos atualmente disponíveis no mercado não atende aos padrões mínimos de segurança exigidos”, afirma. Segundo ele, a combinação entre fiscalização insuficiente e popularização acelerada cria um cenário propício para intoxicações e efeitos adversos graves.

O especialista destaca que muitas pessoas recorrem aos suplementos sem necessidade real ou sem avaliação profissional adequada. “É comum que pacientes iniciem o uso simultâneo de diversos produtos, adquiridos em academias, redes sociais ou sites internacionais, muitas vezes sem pleno conhecimento sobre a composição e os riscos do que estão consumindo”, explica. O especialista alerta que a presença de substâncias estimulantes não declaradas, ingredientes de uso farmacológico e doses excessivas de vitaminas pode acarretar impactos significativos no fígado, nos rins e no sistema cardiovascular.

Robles reforça ainda que a banalização do uso é extremamente perigosa. “É fundamental adotar uma postura cautelosa, com orientação profissional adequada, tratando o uso de suplementos com a devida seriedade — não apenas pelo risco de ineficácia ou desperdício financeiro, mas, principalmente, pelos potenciais prejuízos à saúde”, alerta.

Para ele, o erro mais comum consiste em acreditar que suplementos são inofensivos por serem vendidos livremente. “O fato de um produto ser comercializado como alimento não o isenta de riscos. Muitos suplementos, na prática, apresentam características semelhantes às de medicamentos, o que demanda uma cautela ainda maior em seu uso”, afirma.

O nutrólogo ressalta que não há garantia de benefício no uso indiscriminado e sem respaldo diagnóstico. “Todo suplemento deve ser prescrito somente após avaliação clínica e exames específicos. Fora desse contexto, o consumidor se expõe a riscos e, frequentemente, não alcança resultado algum’, alerta.”

Diante desse cenário, o especialista orienta que o público verifique o número de notificação da Anvisa, mantenha ceticismo diante de promessas milagrosas e evite adquirir suplementos em marketplaces sem procedência confiável. Segundo ele, a prioridade deve ser sempre a saúde. “O suplemento adequado, utilizado de forma correta, pode ser benéfico. Mas o uso equivocado, sem orientação profissional, pode gerar consequências sérias e onerosas”, conclui.

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