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Refrigerantes “diet” podem ser tão perigosos quanto os açucarados para a saúde

Pesquisa aponta que consumo diário de bebidas diet eleva em até 60% a chance de desenvolver doença hepática gordurosa não alcoólica

Um novo estudo alerta que beber apenas uma lata de refrigerante diet por dia pode aumentar em até 60% o risco de desenvolver doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA), enquanto o consumo de refrigerantes comuns açucarados eleva o risco em cerca de 50%. A pesquisa acompanhou quase 124 mil pessoas sem histórico de doença hepática ao longo de 10 anos, analisando hábitos alimentares e frequência de consumo de bebidas por meio de questionários validados.

De acordo com o nutrólogo e médico intensivista Dr. José Israel Sanchez Robles, os dados reforçam a importância de reavaliar o consumo regular de bebidas adoçadas, inclusive aquelas classificadas como “light” ou “diet”. Segundo o especialista, “ainda que muitas pessoas considerem as versões dieteticamente modificadas como opções mais saudáveis, seu consumo habitual pode interferir no metabolismo hepático e favorecer o acúmulo de gordura no fígado”.

A Doença Hepática Gordurosa Não Alcoólica (DHGNA), atualmente também referida como MASLD (sigla em inglês para Metabolic dysfunction-Associated Steatotic Liver Disease), representa uma condição crônica que pode evoluir para estágios mais avançados, como cirrose hepática e carcinoma hepatocelular. O Dr. José Israel destaca a natureza silenciosa e progressiva da enfermidade: “Observamos um aumento preocupante na incidência global. A doença pode evoluir de forma assintomática por longos períodos, dificultando o diagnóstico precoce; o que torna a prevenção por meio da alimentação essencial.”

O estudo também evidenciou que a substituição de refrigerantes — sejam eles açucarados ou com adoçantes artificiais — por água foi associada a uma redução de até 15% no risco de desenvolvimento de DHGNA. O Dr. José Israel explica: “A água promove hidratação adequada sem interferir na secreção de insulina, diferentemente das bebidas adoçadas, que podem contribuir para o acúmulo de gordura hepática e provocar alterações no microbioma intestinal.” Ele complementa: “A preocupação não se limita ao conteúdo de açúcar ou adoçante, mas sim ao impacto metabólico sistêmico que essas bebidas exercem no organismo.”

O médico reforça recomendações práticas voltadas à prevenção da doença hepática de origem metabólica: “Para reduzir o risco de acometimento hepático, o ideal é priorizar a ingestão de água, chás sem adição de açúcar e alimentos in natura, evitando o consumo habitual de bebidas industrializadas. Pequenas mudanças implementadas no dia a dia podem gerar impactos significativos na saúde hepática ao longo do tempo.”

Com base nesses dados, especialistas destacam que tanto refrigerantes açucarados quanto aqueles com adoçantes artificiais devem ser consumidos com cautela. O estudo contribui para o corpo de evidências que reconhece o papel central dos hábitos alimentares na prevenção da Doença Hepática Gordurosa Associada à Disfunção Metabólica, reforçando a água como a escolha mais segura e benéfica para o consumo diário.

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