Empresas terão que combater burnout e solidão no trabalho sob nova lei
Regulamentação inédita no Brasil exige diagnóstico e prevenção de riscos psicossociais
O Brasil deu um passo histórico em 2025 ao aprovar uma norma que obriga empresas a monitorar e reduzir fatores de risco para a saúde mental no trabalho. A medida inclui o reconhecimento do burnout como doença ocupacional e estabelece diretrizes para combater problemas como cobrança excessiva, falta de autonomia e isolamento.
José Israel Sanchez Robles, médico nutrólogo e intensivista, celebra a mudança. “Estamos assistindo a um reconhecimento inédito de que a saúde mental é uma questão de saúde pública, e não apenas de foro íntimo”, diz. Ele ressalta que o burnout vai além do estresse comum: “É um esgotamento profundo, com alterações no cortisol e inflamação neural, que pode levar a doenças cardiovasculares e imunológicas”.
A solidão também entra no radar da nova legislação. Dados mostram que 50% dos brasileiros se sentem sozinhos com frequência, um problema que se agravou com o trabalho remoto. “A solidão não é só emocional; ela debilita o corpo, aumentando o risco de depressão e até de morte precoce”, alerta José Israel.
Agora, as empresas terão que adotar medidas como avaliações psicológicas periódicas e ajustes na gestão. Mas, para o médico, a norma só terá efeito com uma mudança de mentalidade. “Precisamos ir além do compliance e criar ambientes que realmente priorizem o bem-estar”, afirma. “É hora de deixarmos o discurso simbólico e partirmos para ações concretas nessa nova era sanitária”, finaliza.