Saúde

Retinoblastoma: câncer infantil pode ser curável se tratado em estágio inicial

Nos últimos dias, o tema “Retinoblastoma” tem estado em vários noticiários. O câncer raro foi diagnosticado na filha Lua, do apresentador Tiago Leifert e da jornalista Daiana Garbin, que divulgaram um vídeo nas redes sociais como forma de alertar os pais sobre a importância do diagnóstico precoce de doenças como esta.

Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA), dois terços dos casos de retinoblastoma são detectados em crianças de até 2 anos de idade e 95% antes dos 5 anos. Por isso, a médica oftalmologista Tatiana Brito, do Retina Pediátrica, especialista em retina e vítreo, afirma que o acompanhamento oftalmológico é fundamental para os bebês.

“Logo após o nascimento é necessária uma avalição da visão, com exames que vão além do Teste do Olhinho, principalmente em bebês prematuros”, explica. Tatiana Brito ressalta, ainda, que exames aprofundados da retina, são importantes para diagnóstico precoce e um tratamento iniciado no tempo certo, para evitar danos maiores à saúde dos olhos dos pequenos.

E esse cuidado deve estar presente mesmo antes do bebê nascer, durante o pré-natal. Exames periódicos durante a gestação podem ajudar, por exemplo, na detecção de problemas mais graves, como catarata e outras doenças congênitas. Após o nascimento, a recomendação da Sociedade Brasileira de Oftalmologia Pediátrica e do Conselho Brasileiro de Oftalmologia é uma primeira avaliação imediata. O teste do olhinho deve ser feito até 72 horas após o nascimento. Um exame completo deve ser feito entre seis meses e um ano. Depois, uma avaliação entre 3 e 5 anos de idade, preferencialmente aos 3 anos, além do acompanhamento de rotina nos outros anos.

A especialista em doenças vitreorretinianas pediátricas, Alessandra Rassi, oftalmologista também do Retina Pediátria, chama a atenção para esses primeiros anos da criança. “Esse é um período fundamental para pesquisa de tumores intraoculares, dentre eles o retinoblastoma”, alerta. O câncer comum na infância, atinge os olhos e pode aparecer logo nos primeiros meses de vida. A aparência, geralmente, é de um reflexo ocular branco, conhecido também como “sinal do olho do gato” (observado muito frequentemente nas fotografias com flash).

No entanto, outros sinais podem indicar a doença, como estrabismo; nistagmo (olho tremendo); vermelhidão; aumento do globo ocular; baixa visão e redução do campo visual, quando a criança enxerga somente o que está na frente dela e não o que está ao lado.

 

Tratamento

Atualmente existem diversas terapias para o retinoblastoma, como laser, radioterapia, cirurgia e quimioterapia intra-arterial, que injeta o medicamento diretamente no vaso sanguíneo. A escolha depende do estágio do tumor, além de outros fatores. A maioria desses casos, diagnosticados em estágio inicial, é curável. Por isso, a prevenção é uma arma importante.

 

No caso da pequena Lua, a doença foi diagnosticada em um estágio mais avançado, por isso, a preocupação dos pais em chamar a atenção para a importância do acompanhamento oftalmológico, para o diagnóstico precoce não só do retinoblastoma, mas de outras doenças também. A retinopatia da prematuridade, quando há problemas na formação da retina, pode comprometer de forma grave a visão do bebê. Nesse caso, um tratamento imediato, pode evitar uma possível cegueira. 

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