Entenda a diferença entre as vacinas de vírus atenuado e inativado
A campanha de vacinação contra a influenza de 2024 começou na última semana em todo o Brasil e, com isso, uma informação relevante que nem todos sabem é que as vacinas, essenciais para a imunização contra doenças, variam em suas formas, sendo produzidas de duas maneiras: os tipos de imunizantes com “vírus atenuado” e “vírus inativado”. Quem explica com detalhes, é o médico intensivista José Israel Sanchez Robles.
José Israel inicia sua explicação sobre as vacinas de vírus atenuado, que contêm organismos virais vivos, mas enfraquecidos. “Esses organismos passam por modificações em laboratório para não causar a doença em indivíduos saudáveis. Ao serem administrados, esses vírus modificados podem se replicar no corpo humano, desencadeando uma resposta imunológica semelhante à provocada pela infecção natural. Um exemplo clássico é a vacina contra a febre amarela”, esclarece.
Por outro lado, as vacinas de vírus inativado contêm vírus que foram neutralizados, daí o termo “inativados”, por meio de métodos físicos ou químicos. “Embora incapazes de causar a doença, esses vírus ainda podem provocar uma resposta imunológica quando introduzidos no organismo. As vacinas contra a gripe sazonal são um exemplo comum desse tipo de vacina, como a da influenza, que teve início nesta semana”, destaca o médico.
O especialista revela que ambos os tipos de vacinas têm, sim, suas vantagens e desvantagens, mas que todas têm o poder de dar proteção ao corpo. “A distinção reside no fato de que as vacinas de vírus atenuado têm potencial para oferecer imunidade mais robusta e de longa duração com apenas uma dose, embora possam apresentar riscos para pessoas com sistemas imunológicos enfraquecidos. Por contraste, as vacinas de vírus inativado são geralmente consideradas mais seguras para a maioria das pessoas, embora possam exigir doses de reforço periódicas para sustentar a imunidade”, explica.
É importante destacar que a seleção entre os dois tipos de vacinas é determinada por diversos fatores, principalmente pelos fabricantes. Esses fatores incluem a natureza específica da doença, as características da população-alvo e questões logísticas e de segurança. No entanto, José Israel ressalta que, independentemente do tipo de vacina, a imunização é crucial para prevenir doenças infecciosas.
“A imunização, seja por meio de vacinas com vírus atenuado ou inativado, desempenha um papel crucial na proteção da saúde individual e coletiva, contribuindo para o controle e, em alguns casos, a erradicação de doenças que já causaram grande devastação no passado. Um exemplo notável é a pandemia da covid-19, que evidenciou a importância da vacinação em escala global. Além de salvar vidas, a imunização é fundamental para reduzir as sequelas e os custos associados ao tratamento de doenças preveníveis, ao mesmo tempo em que promove a imunidade de rebanho, beneficiando toda a comunidade”, conclui o médico.