Esportes

Entenda como funciona o doping nas Olimpíadas

Faltando alguns dias para o fim dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, que encerra no próximo domingo, dia 11, a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) lançou o e-book “Prevenção de dopagem em atletas”. A cartilha chega em um momento importante, já que todos os holofotes estão direcionados para o esporte, reforçando a importância do jogo limpo e elucidar dúvidas sobre o uso de substâncias proibidas. Para explicar melhor, o médico intensivista e nutrólogo José Israel Sanchez Robles ajuda nos esclarecimentos.

 

“Doping, ou dopagem, é o uso de substâncias ou métodos proibidos pelo atleta para melhorar o desempenho esportivo. Entre os exemplos de doping estão os esteróides anabolizantes, diuréticos, hormônios e até maconha. Métodos como transfusões de sangue e dopagem genética também são proibidos”, afirmou o médico, completando que, quem recusa-se a fazer um teste antidoping ou adulterá-lo caracteriza violação das regras.

 

Além disso, o exame antidoping é realizado para garantir o “fair play” (jogo limpo), filosofia defendida pelo Barão de Coubertin, pai dos Jogos Olímpicos modernos, que elenca os princípios de igualdade, saúde do atleta e ética para manter a integridade das competições. A lista com as proibições é publicada anualmente e inclui substâncias ergogênicas, aquelas que interferem na saúde do atleta ou cuja ética de uso é questionável.

 

“São considerados doping os medicamentos quando não prescritos corretamente, ou seja, por isso a importância de que os atletas consultem um médico antes de tomar qualquer medicação. Vale lembrar que esteroides anabolizantes, por exemplo, também considerados doping podem causar dependência química, problemas cardíacos, hepáticos, renais e até câncer. Nos homens, pode haver redução do tamanho dos testículos e infertilidade, e nas mulheres, irregularidade menstrual e engrossamento da voz”, explica José Israel.

 

“Poucos sabem, mas alguns medicamentos de uso cotidiano, como os derivados da maconha, também pode ser considerada doping, mas o uso terapêutico pode ser autorizado, pois o canabidiol (CBD) isolado não está na lista de substâncias proibidas pela Agência Mundial Antidoping (Wada, na sigla em inglês). Já o tetrahidrocanabinol (THC) derivado tsmbem da maconha é proibido”, pontua o especialista.

 

Outra curiosidade, destaca José Israel, é que métodos contraceptivos, especialmente para mulheres, os anticoncepcionais, hormonais ou não hormonais, não são considerados proibidos, desde que aprovados pela Anvisa e utilizados conforme as composições atuais da indústria farmacêutica. “No entanto, substâncias como gestrinona e testosterona, mesmo em doses e métodos de aplicação considerados seguros, são proibidas e podem resultar em exames antidoping positivos”, reforça.

 

Por fim, o médico afirmou que o hormônio do crescimento (conhecido como GH) também é uma substância que pode ser considerada doping. Tudo isso e outros detalhes estão incluídos no e-book publicado pela SBEM, que teve o objetivo de assegurar a saúde dos atletas e a integridade das competições esportivas.

 

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