O aumento da taxa Selic pode afetar os financiamentos imobiliários?
A pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central nesta segunda-feira (13) mostra que a projeção para a taxa do Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) este ano, subiu de 12,50% para 12,75%. No começo do ano, o Banco manteve a Selic em 13,75% ao ano, na primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), após a posse do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do Partido dos Trabalhadores (PT).
A taxa Selic, sobe e desce de acordo com a inflação e afeta todas as taxas de juros no Brasil, como as cobradas em empréstimos, inclusive as taxas de financiamento imobiliário. E, quando se trata de casa própria, qualquer variação para cima ou para baixa na taxa pode ser a diferença entre a realização de um sonho e a inadimplência.
Segundo Diego Amaral, advogado especialista em direito imobiliário, e diretor da Comissão de Direito Imobiliário do Conselho Federal da OAB, mesmo a taxa Selic estando 13,75% ainda sim vale a pena investir em imóveis, “Mesmo com a taxa Selic muito alta, o que acaba aumentando o valor vinculado aos financiamentos imobiliários, ainda sim, os financiamentos imobiliários são menores do que o percentual de juros estabelecido na taxa Selic. Por exemplo, uma aplicação com base na Selic renderia mais do que o valor pago em um financiamento imobiliário”, explica.
Qual o impacto da taxa Selic no financiamento imobiliário?
“Naturalmente os financiamentos ficam mais onerosos, valores de parcelas ficam mais altos e o custo efetivo total acaba aumentando um pouco mais. Tendo em vista o valor atribuído à taxa Selic, o financiamento vai ficar um pouquinho mais caro, mas relembro, ainda sim, que o financiamento imobiliário acaba tendo um juros anual vinculado ao contrato de cada consumidor menor do que se estabelece na taxa Selic hoje”, continua.
Qual a perspectiva desse cenário para o final do ano de 2023?
A tendência é de estabilização e de pequena queda, que pode ser reduzida para 13,5%; 13,25% ou 13% se mantendo em um patamar de 12 a 13%, “A perspectiva não é de uma queda acelerada da taxa Selic que continua alta até para combater a inflação do país”, afirma o advogado.